Fiar a escrita: curso de extensão em São Paulo

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1. Identificação

Fiar a escrita: a arte manual do escrever em uma oficina de fiação artesanal. Exercícios e experimentações para a criatividade nas escritas literárias, acadêmicas, jornalísticas

2. Projeto de extensão

Educação/Letras/Artes

3. Coordenador

Profa. Dra. Ana Lygia Vieira Schil da Veiga
Fone: 32 991131748

4. Financeiro

150 reais mensais ou 1200 reais à vista.

(Não deixe de participar por motivos financeiros, entre em contato e conversamos).

5. Duração

Início: março de 2016
Fim: dezembro 2016
Duração: 40 horas/aula. Sendo 30 presenciais e 10 de estudo e pesquisa.


6. Descrição

A oficina se propõe trabalhar com as técnicas artífices da fiação manual, agenciadas a exercícios goetheanísticos de escrita para a composição literária, acadêmica e/ou jornalística de textos. A metodologia empregada na oficina pretende acentuar o caráter vivencial da experiência da fiação e da escrita.

7. Público-alvo

Alunos das diferentes licenciaturas e bacharelados, professores de diferentes áreas do saber atuantes nos Ensinos Fundamental, Médio, Superior ou na Educação Infantil, pesquisadores das áreas de Educação, Artes, Comunicação, Letras, Filosofia.

8. Número de Vagas

24 participantes

9. Resumo

O curso de extensão Fiar a escrita: a arte manual do escrever em uma oficina de fiação artesanal. Exercícios e experimentações para a criatividade nas escritas literárias, acadêmicas, jornalísticas é proposto no formato oficina e trabalha com as técnicas artífices da fiação manual, agenciadas a exercícios goetheanísticos de escrita para a composição literária, acadêmica e/ou jornalística de textos. A metodologia empregada na oficina pretende acentuar o caráter vivencial da experiência da fiação artesanal e da escrita inventiva. Os dez encontros previstos se darão entre fevereiro e novembro de 2016, sempre às primeiras quintas-feiras do mês, das 19h às 22h, na A Casa Tombada, lugar de arte, cultura e educação, Rua Ministro Godói, 109, Parque da Água Branca, São Paulo, SP. Estão abertas 24 vagas para alunos das diferentes licenciaturas e bacharelados, professores de diferentes áreas do saber atuantes nos Ensinos Fundamental, Médio, Superior ou na Educação Infantil, pesquisadores das áreas de Educação, Artes, Comunicação, Letras, Filosofia e interessados no tema em geral. 


10. Justificativa

            O projeto de extensão proposto, Fiar a escrita: a arte manual do escrever em uma oficina de fiação artesanal. Exercícios e experimentações para a criatividade nas escritas literárias, acadêmicas, jornalísticas visa à construção de dispositivos, conceito pensado junto a Foucault (1979/2007), como um conjunto heterogêneo que pode englobar variados discursos e ações[1]. O dispositivo-oficina quer possibilitar a visualização das forças que se atravessam e configuram uma oficina de fiação manual quando agenciada a exercícios de escrita inventiva. A escrita, nesta perspectiva, é pensada como arte-manual, um fazer artesanal de corpo, operada em uma dinâmica oficineira artífice. Uma escrita que se apresenta aberta ao intempestivo, acentuando a expressividade do escrever.
            Durante os encontros, os participantes da oficina produzirão cadernos, chamados aqui de cadernos de artífice. Esses, a exemplo dos livros do artista, funcionam como um dispositivo dentro de um dispositivo, no qual se estabelece um conjunto multilinear de imbricadas relações. Os cadernos criam condições concretas para a prática da cartografia[2], através da materialidade do movimento-função de referência, entendido como modo de funcionar ou fazer funcionar uma ligação[3]. Nos cadernos, as linhas escritas indicam os modos de ver e de dizer, permitindo tornar visíveis os regimes de enunciação e de subjetivação. Sua escrita é atravessada por uma multiplicidade de vozes: anotações de técnicas e procedimentos de fiação e de escrita, observações sobre os processos vivenciados, fragmentos de falas circundantes, memórias, sensações, vontades, pensares.
            A partir dos conceitos e propostas de Rudolf Steiner (1861-1925), para a prática de uma observação fenomenológica goetheanística[4], as cartografias impressas nos cadernos pretendem fazer ver um modo de constituição de si e do mundo que inspire o olhar e promova a possibilidade de constituição de um estilo próprio e singular.
            Junto à redação dos cadernos, acontecem exercícios de fiação artesanal que se pretendem facilitadores na composição literária, acadêmica e/ou jornalística de textos pela interposição de campos díspares. O entendimento da escrita como fazer manual se dá a partir da sua aproximação a um fazer ancestral que não se presta à representação. Assim como na escrita, diante das demandas do escrever,  na fiação, o aprendiz se vê diante da matéria-bruta. Seu trabalho se realiza diretamente entre o corpo e o material: fibras naturais, cardas e fusos. Porém, diferentemente de outros materiais que também colocam o corpo-aprendiz em contato com a matéria-bruta, a fiação não se presta à representação, à figuração. Na fiação, não há como modelar uma forma figurada ou fazer um desenho riscado, como se faz, por exemplo, com argila ou tinta. O que se apresenta em um fio é o movimento do corpo do aprendiz, sua habilidade, sua plasticidade em ação, nada mais. Poderia-se dizer que a fiação desnuda o artífice e torna visível, materialmente, o corpo-fazedor. A oficina abre a possibilidade de contaminar o fazer escritural com as qualidades plásticas da fiação, procedimento estético importante para a composição de uma escrita intensiva.
            Os dez encontros previstos se darão entre fevereiro e novembro de 2015, sempre às primeiras quintas-feiras do mês, das 19h às 22h, na A Casa Tombada, lugar de arte, cultura e educação, Rua Ministro Godói, 109, Parque da Água Branca, São Paulo, SP. Estão abertas 24 vagas para alunos das diferentes licenciaturas e bacharelados, professores de diferentes áreas do saber atuantes nos Ensinos Fundamental, Médio, Superior ou na Educação Infantil, pesquisadores das áreas de Educação, Artes, Comunicação, Letras, Filosofia.





[1] “[...] O dispositivo é a rede que se pode estabelecer entre esses elementos” (FOUCAULT, 2007, p. 244).
[2] metodologia sistematizada por Katrup (2009), a partir de Deleuze e Guattari (1996/2010), que, quando aplicada à escrita, favorece dar voz ao acompanhamento dos processos e à experimentação.
[3] “[...] o dispositivo exige ligações sempre locais, encarnadas/encharcadas de materialidade” (KASTRUP; BARROS, 2009, p. 81).
[4] A observação fenomenológica, sistematizada por  Rudolf Steiner, a partir do conceito de metamorfose em Goethe (1749-1832), é uma metodologia que permite a percepção das forças que atravessam e atuam em determinado acontecimento ou ser.  Os exercícios favorecem a plasticidade do pensamento e promovem  a ativação do artístico e sua expressão, através da cartografia das dinâmicas que constituem o si e o mundo.  


 11. Objetivo

a. Geral:
            Construção de um dispositivo junto aos processos de subjetivação, que possibilite a cartografia das forças que se atravessam e configuram uma oficina vivencial[1] de fiação manual quando agenciada a exercícios de escrita inventiva.

b. Específicos:

- Vivenciar as técnicas artífices da fiação manual.
- Realizar exercícios de escrita que se pretendem facilitares na composição literária, acadêmica e/ou jornalística de textos.
- Criar um ambiente acolhedor e apoiativo para a partilha de textos.




[1] Vivencial no sentido de uma oficina que se estabelece com finalidades terapêuticas, sociais e/ou educativas, onde o fiar é proposto para além do aprendizado de técnicas e da produção de peças artesanais.



12. Metodologia

            A metodologia empregada na atividade de fiação pretende acentuar o caráter vivencial da experiência, possibilitando o contato com a técnica da fiação em sua evolução linear no tempo. Em simultâneo, promove a abertura a outros tempos, o tempo da memória, o tempo da intensidade, o tempo eterno do instante, experiências acrônicas que se dão junto ao corpo-fazedor e seus processos de subjetivação. A prática metodológica da fiação visa contaminar os exercícios de escrita, permitindo ao participante fazer do escrever um modo de existir-corpo-fazedor.


13. Atividades previstas

            A oficina de fiação-escrita está prevista para acontecer em dez encontros mensais, de 3 horas de duração cada, entre fevereiro e novembro de 2016, sempre às primeiras quintas-feiras do mês, das 19h às 22h, na A Casa Tombada, lugar de arte, cultura e educação, Rua Ministro Godói, 109, Parque da Água Branca, São Paulo, SP.

14. Cronograma

Às quintas-feiras das 19h às 22h.

1º. Encontro - 10 de março - O preparo da lã e do caderno de artífice
2º. Encontro - 7 de abril – O cardar e a matéria-bruta da escrita
3º. Encontro - 12 de maio – O fiar com o corpo e o escrever em movimento
4º. Encontro - 9 de junho – O fiar com a pedra e o escrever junto às forças
5º. Encontro –7 de  julho – O fiar com o fuso e o escrever  intensivo
6º. Encontro – 18 de agosto – A composição das cores no fio e a composição na escrita
7º. Encontro – 15 de setembro – O fiar com a roda e o escrever na fronteira
8º. Encontro – 13 de outubro – A produção de fio e a produção da escrita
9º. Encontro – 10 de novembro – O fiar e o escrever agenciamento e contaminação
10º. Encontro – 8 de dezembro – Exposição dos trabalhos e partilha de encerramento